O homem não possui de seu senão o que pode levar deste mundo.
Dele não tem senão o gozo e não a posse real.
Que possuis ele, pois?
Nada daquilo que é para o uso do corpo, tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais; eis o que traz e o que leva, o que não está no poder de ninguém lhe tirar, o que lhe servirá mais ainda no outro mundo do que neste;
dele depende ser mais rico em sua partida do que em sua chegada, porque daquilo que tiver adquirido em bem, depende a sua posição futura.
O homem ao chegar no mundo dos Espíritos, não se lhe perguntará: Quantos tínheis sobre a Terra? Que posição nela ocupáveis? Éreis príncipe ou operário?
Mas, se lhe perguntará: O que dela trazeis?
Não se computará o valor dos seus bens nem dos seus títulos, mas a soma das suas virtudes; ora, a esse respeito, o operário pode ser mais rico do que o príncipe.
Os lugares na espiritualidade não se compram, eles se ganham pelo bem que se fez; aqui tudo se paga com as qualidades do coração. Sois ricos dessas qualidades? Ide ao primeiro lugar onde todas as felicidades vos esperam; sois pobre? Ide ao último, onde sereis tratado em razão do que tendes. (Pascal, Genève, 1860).
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